PORTAL WHIPLASH. RESENHAS DE DEMOS (EP “In State Of Vigilance”)
Natural de Campos Gerais (MG), o Par´uzha ficou por cerca de três anos em gestação, até tomar real forma em 2009. Logo viriam as primeiras apresentações pelas cidades do sul do estado e Zona da Mata mineira, e início das gravações da demo "In State Of Vigilance", onde se percebe um fascínio todo especial pelo Apocalipse bíblico, refletido em várias letras e que também deu origem ao nome de batismo da banda.
O estilo é o Thrash Metal, que flui entre arranjos básicos e passagens mais trabalhadas. O Par´uzha mostra boa atenção às melodias e tem potencial para crescer na cena, o que fica claro durante a audição de "Esta noite encarnarei em teu cadáver", uma homenagem ao folclórico Zé do Caixão e a única faixa cantada na língua portuguesa. Os mineiros dizem já ter assinado com um selo profissional para seu primeiro álbum oficial, cuja previsão de lançamento é ainda neste ano e trará sete faixas inéditas, além da regravação das músicas contidas nessa demo. Vamos ver o que virá por aí...
SCOPINHO, Ben Ami. Whiplash. Matérias. Resenhas/Reviews. Resenhas de Demos, 2011. Disponível em: <http://whiplash.net/materias/demos/126669-paruzha.html>. Acesso em: 20 mar. 2011.
REVISTA “ROADIE CREW” – SESSÃO “GARAGE DEMOS”
“Em seu trabalho de estréia, a banda mineira Par’uzha utiliza o Thrash Metal como base mas adiciona outros elementos em sua sonoridade, com algo de Metal Tradicional e Death, este último nos vocais. Sería como mesclar o som e o estilo das bandas brasileiras Torture Squad e a saudosa Avalon (PI). Apesar de algumas músicas serem cantadas em inglês, a faixa que mais chama a atenção é Esta Noite Encarnarei Em Teu Cadáver, uma homenagem a José Mojica Marins (Zé do Caixão) que tem bons riffs, refrão bem construído e melodias bem encaixadas. Se resolver seguir esta linha, praticando um Thrash mais direto e simples, o grupo terá um belo futuro pela frente. Afinal, não é qualquer um que demonstra tamanha destreza e malícia cantando em português.”
BATALHA, Ricardo. Rev. Roadie Crew 145, fev. 2011, p. 56.
BLOG ARTE METAL. RELEASE DE DEMOS
O nome Par’uzha é um neologismo à “parusia” e remete-se á extinção da raça humana e destruição da Terra. O diferencial da banda pode não estar no som, mas na temática de suas letras, que soam misantrópicas. Mas já que o som é o que nos importa, vamos aos fatos. A banda faz um excelente Thrash Metal, técnico e com melodias na dose certa, muitas vezes pisando um pouquinho Death Metal na linha de Carcass e Death (fase “Individual Thought Patterns”). A faixa que dá nome à banda é uma excelente composição, que chega a grudar na nossa mente já na primeira audição, enquanto “Esta Noite Encarnarei em Teu Cadáver” segue como segundo destaque do trabalho. Além das faixas citadas 1 intro e mais 3 composições compõem a demo, todas de ótimo gosto. A banda está trabalhando para lançar seu primeiro Full Length ainda este ano. Vale a pena conferir.
FRANCESCHINI, Vítor. Blog Arte Metal. Resenha de Demos, 2011. Disponível em: <http://blogartemetal.blogspot.com/2011/04/resenha-de-demos.html>. Acesso em: 05 mai. 2011.
FANZINE “PÓLVORA ZINE” – SESSÃO LANÇAMENTOS
Uma boa promessa para o Trash metal sul-mineiro, é este primeiro EP da banda PARU'ZHA. Com músicas bem moldadas, compostas por um lado agressivo e harmônico bem equilíbrado, o set list se mostra interessante. A abertura melancólica com 'Eternal day', é um preparativo para o Trash rápido e agressivo de 'Paru'zha', que se mostra em alta em outros momentos do disco. A música 'Born dead' tem um clima diferenciada, sendo esta envolta por uma atmosfere densa e pesada, a lá PARADISE LOST mesclado a KREATOR. 'Aldodínea', mostra o lado rápido e ténico dos integrantes da banda, além de ser uma das melhores. A homenagem criativa a obra de Zé do Caixão em 'Esta noite encarnarei em teu cadáver', é uma música fácil de ser assmilada. O fechamento vem em boa forma com a faíxa-título, que tem o clima mais atípico e agressivo de todo o trabalho. "In state of vigilance", é um bom registro, que vale a pena ouvir com atenção, pois tende a ter uma evolução maior ainda na qualidade musical da banda.
DINIZ, ÉCIO. Pólvora Zine. Sessão Lançamentos, 2010. Disponível em: < http://polvorazine.blogspot.com/search/label/Lan%C3%A7amentos>. Acesso em: 15 jan. 2011.
FANZINE “PÓLVORA ZINE”. ENTREVISTAS
Formada em Campos Gerais-MG, a banda PAR'UZHA, é mais uma promessa do Thrash metal mineiro. Com músicas densas e agressivas, eles têm moldado sua identidade, crescendo em técnica e dinamicidade de sua sonoridade. Os 4 integrantes vieram por meio desta entrevista nos falar mais sobre a banda, os planos em andamento e o lançamento do primeiro álbum, “In state of vigilance”.
Pólvora Zine: A banda iniciou suas atividades em 2006, como um projeto para tocar em um festival de colégio. Quem teve a idéia inicial para montar a banda e quando tudo começou a tomar forma?
Eduardo O.: A idéia surgiu em meu último ano de colégio para uma apresentação num Festival de Música Inglesa. Até então, nunca ninguém “ousara” interpretar algo fora da “Pop Music” ali. Foi quando juntamos os velhos grandes amigos de infância á tocar “Violent Revolution” do Kreator e, para nossa surpresa, ficamos em 3º lugar. Infelizmente naquele momento distanciávamo-nos geograficamente por motivos de estudo, porém, nossos corações, ansiosos, permaneciam unidos á espera de um reencontro. Reencontro este que ocorreu em dezembro de 2009, quando passamos a nos assumir como banda.
P.Z: Mesmo enfrentando a distância entre os componentes da banda por questões profissionais, com muita persistência vocês lançaram agora em 2010, o primeiro trabalho da banda, o EP “In state of vigilance”, de forma independente. Como foi o processo de composição, gravação, as novidades e as dificuldades?
Clayton: O EP é fruto de nossa grande amizade aliada aoreencontro nas férias de verão de 2009/2010. No período de 2007 á 2009 estivemos separados, mas, cada um a seu modo, trabalhou na composição das músicas: eu escrevi alguns trechos de guitarra, Eduardo O. compôs algumas harmonias e as letras, César e Eduardo R. trabalharam em levadas de bateria e baixo, e assim, quando nos reunimos, rapidamente tudo tomou forma e decidimos gravar. Mesmo com limitações financeiras e pouco tempo de ensaio, passando á “macarrão e água” numa “casa espremida” (risos), produzimos nosso Ep em 5 dias num estúdio em Alfenas-MG e saímos em turnê.
P.Z: Há alguma concentração de ideias e contribuições para as músicas, concentradas sob um membro da banda, ou todos contribuem igualmente?
Eduardo O.: Como Clayton mesmo já disse: musicalmente cada um contribui á sua maneira, dentro de sua função. A temática, o enredo e as letras são atribuídas a minha pessoa.
P.Z: Fale-nos melhor sobre o significado e alusões por trás do nome “Par'uzha”.
Eduardo O.: PAR’UZHA é um neologismo, por mim criado, alusivo á “parúsia”, que se remete ao fim dos tempos, ao destino de “fogo do inferno ou reino dos céus”. Uma nova palavra permite um novo significado, que assim como ocorre com a escrita e pronúncia, se assemelha á original, não sendo, no entanto, idêntica. Isso nos permite ampliar o tema e a dicotomia dialética salvação x aniquilação, extrapolando a imaginação e abordando temas tradicionais com perspectivas diversas, inclusive com introspecções e conflitos psicológicas, colocando de frente submissão e subversão, castigo e culpa, além de trafegar por problemas sociais, guerras e intolerância etnocêntrica – tudo com alta dose de ficção.
P.Z: O EP “In state of vigilance”, é um trabalho denso, com um clima tenso e agressivo, além de partes harmoniosas. A abertura melancólica com 'Eternal day', seguida da velocidade e agressividade de 'Par'uzha', uma atmosfera meio gótica, a lá PARADISE LOST, em algumas partes de 'Born dead', são bons exemplos do que estou falando. Foi algo intencional dar esta atmosfera ao trabalho? E além, da evidente influência de KREATOR, há alguma influência fora do Thrash metal?
César / Eduardo R.: Pela temática proposta, tentamos criar essa atmosfera ora tensa, ora agressiva e explosiva, usando principalmente os recursos de dinâmica, harmonia e andamento. Quanto ás influências, elas estão principalmente dentro do “Thrash Metal” alemão, porém, quando se trata de estudar música, sempre estamos abertos a diversos estilos, principalmente aqueles dentro do Metal/Rock. Daí, “um quê” de “Doom Metal”, levadas progressivas, alguma influência de “Death Metal” que são encontrados no transcorrer das composições.
P.Z: Algo curioso no EP é a faixa 'Esta noite encarnarei em teu cadáver', baseada na obra homônima de José Mojica Marins (Zé do Caixão). De onde partiu o interesse em fazer esta homenagem? Vocês tiveram algum contato com o cineasta, divulgando este trabalho?
Eduardo O.: Como ocorre em todos os segmentos artísticos, correntes excêntricas são marginalizadas, não havendo espaço para estas na grande mídia. Com Mojica e seu cinema não foi diferente. Poucos conhecem, porém, a vastidão de suas premiações internacionais e a profundidade de sua genialidade. Resolvi, por isso, homenageá-lo com uma música que conta a história de um de seus filmes. Escrevi-a em português numa tentativa de aproximação á obra referida. No momento estamos estabelecendo contato com o cineasta e estudando a hipótese de um videoclipe da música com o “mestre” na direção. Esperamos que tudo se realize, porque partimos do pressuposto que “underground” apóia “underground” (risos).
P.Z: No geral, como vem sendo a recepção dos bangers ao som e imagem da banda?
César: Tanto a musicalidade, quanto a imagem e temática por nós proposta estão sintonizadas ao “headbanger lifestyle”. Por isso mesmo a aceitação das músicas e propostas de palco por parte do público têm sido empolgantes, deixando-nos estimulados a prosseguir no “longo caminho” (risos).
P.Z: Ainda em 2010, vocês já estão lançando o “In state of vigilance' como “full length”. O que quem ouviu o EP pode esperar das outras músicas?
Eduardo O.: Será lançado em fevereiro de 2011 pelo selo “Coletivo de Criação” nosso primeiro full: “In State Of Vigilance: The Empire Of The Fear”. O álbum trará a regravação das 6 faixas do EP, mais 7 inéditas. Quem ouviu o EP pode esperar a mesma linha com maior complexidade em relação á composições e temas, além de qualidade infinitamente superior em relação á gravação. Em suma: peso e agressividade aliados á tensão e drama.
P.Z: Quais os planos para 2011?
Eduardo R.: Estamos ansiosos por 2011, pois além do lançamento do primeiro álbum oficial de carreira da banda, produziremos um videoclipe e sairemos em turnê nacional promovida pelo selo. Estamos montando um show com algumas inovações, como recursos oriundos do Teatro e o guitarrista/vocalista Eduardo Oliveira lançará um conto homônimo ao CD. As expectativas são as melhores. Quem ainda não conhece nosso trabalho, acesse: www.myspace.com/paruzha. Quem já conhece, continue nos ouvindo e aguarde, pois estamos trabalhando com muita dedicação para conseguirmos proporcionar um trabalho de grande qualidade ao público.
P.Z: Pessoal, valeu pela entrevista, sucesso para a PAR'UZHA nesta jornada no Metal.
Banda: Obrigado pelo espaço concedido. Gostaríamos de parabenizar pela iniciativa do blog. Só assim, com apoio mútuo dentro da cena “headbanger”, será possível o crescimento de todos. A aqueles que vêm nos apoiando, nossos sinceros agradecimentos e votos de continuidade nessa caminhada.
ZINE, Pólvora. Entrevistas, 2010. Disponível em: . Acesso em: 11 mar. 2011.
Uma singela homenagem ao grande mestre do horror nacional
“O que é a vida?
É o princípio da morte.
O que é a morte?
É o fim da vida.
O que é a existência?
É a continuidade do sangue.
O que é o sangue?
É a razão da existência”
É o princípio da morte.
O que é a morte?
É o fim da vida.
O que é a existência?
É a continuidade do sangue.
O que é o sangue?
É a razão da existência”
Em alusão á obra de José Mojica Marins (Zé do Caixão), numa expressa e singela homenagem, o enredo de “Esta Noite Encarnarei Em Teu Cadáver” (1968) é retomado na faixa cinco do primeiro álbum da banda PAR’UZHA.
Depois do fracasso de um casamento na qual a esposa não lhe dá filhos, Josefel Zanatas (nome da personagem apelidada por “Zé do Caixão”) opta por matar a companheira e estuprar a noiva de seu melhor amigo, julgando ser esta digna e capaz de receber seu filho – herdeiro do instinto superior. Porém, a vítima não suporta sua sina e se consuma num suicídio.
Zé parte, então, á procura daquela também superior, sem vícios, fraquezas, suspertições e medos para juntos gerarem o ser perfeito e perpetuarem-se, alcançando, assim, a imortalidade do sangue. Propõe-se a exterminar toda aquela não digna da escolha e aqueles que cruzarem seu caminho, tentando impedir seu intento.
Sua doutrina prega a imortalidade pela hereditariedade do sangue. Sendo ele o ser perfeito, cético, desprovido de crendices, medos ou imperfeições quaisquer que impossibilitem a existência plena, sai a procura da mulher ideal, capaz de lhe dar o filho, fusão de duas perfeições. Para isso, seqüestra, tortura, enfim, testa as possíveis eleitas. Aquelas não dignas, não merecem também viver.
Acontece que até mesmo o cético Zé, em meio a tantas atrocidades, vê-se atormentado e perde-se em sonhos e devaneios num inferno glacial, ouvindo a voz daquela que matara grávida. Zanatas julga ser esse seu único e grande erro, já que enxerga nas crianças a tão procurada vida plena. Numa suspeita de maldição, já confuso, Zanatas não consegue se perpetuar.
OLIVEIRA, Eduardo J. P.
O QUE É PAR’UZHA
O termo “PAR’UZHA” batiza a banda de “Thrash Metal” camposgeraiense (Campos Gerais – MG), fundada em 2009. O verbete é um neologismo á “parusia”, que alterada em composição de letras e distribuição de sílabas, atinge a pretendida estética escrita e falada.
A criação de tal neologismo se explica pela etimologia e significado da palavra original. “Parusia” pode assumir duas conotações. A primeira se remeteria a segunda volta do Filho de Deus à Terra. Tendo Deus, doado seu filho uma vez em prol da “redenção da raça humana”, prometera uma segunda volta. No dia do juízo, Jesus voltaria para salvar as almas dos justos do inferno e renegaria aqueles que permanecessem no pecado. A segunda conotação se remete também ao dia do juízo final, mas parte de um quadro mais trágico. Tendo Deus constatado a mesquinharia, infidelidade e indignidade da humanidade ao “Reino dos Céus”, resolve destruir a humanidade e toda a Terra. O quadro é pintado com fogo, destruição, choro, dor e morte.
Uma nova palavra permite um novo significado, que assim como ocorre na escrita e pronúncia, se assemelha a original, não sendo, no entanto, idêntica. A ambigüidade salvação x aniquilação endossa o enredo das composições da banda, oferecendo subsídio para criação do componente lírico, bem como construção de climas e temas que se estendem além de uma peça. As letras, em sua essência, abordam temas como o fim dos tempos, problemas sociais, guerras, intolerância etnocêntrica, aspectos psicológicos de personagens, bem como seus sentimentos - tudo regado a uma boa dose de ficção.
É importante salientar que a escolha de tais temas às composições EM NADA REMETE O GRUPO A QUALQUER MOVIMENTO OU INSTITUIÇÃO RELIGIOSA OU ANTI-RELIGIOSA – NÃO FAZEMOS APOLOGIA Á RELIGIÃO, NEM Á ANTI-RELIGIÃO. O tema serve apenas de enredo ás composições.
OLIVEIRA, Eduardo. J. P.